A CARRETA, OS LIVROS E A NOTÍCIA
- Erivan Santana

- 19 de ago.
- 2 min de leitura

Recentemente, viralizou nas redes sociais o tombamento de uma carreta carregada de livros na rodovia Fernão Dias, em Carmópolis (MG) - felizmente, sem maiores consequências, nem pessoas feridas.
Entretanto, o que chamou a atenção é que não houve saque da mercadoria, nem atraiu curiosos, como sempre acontece, nesses casos.
Sem entrar no mérito da questão ética envolvida numa situação como esta, o fato levantou debates em torno do interesse e do hábito da leitura, e que vem demonstrar que o objeto livro nos dias de hoje somente desperta atenção em nichos específicos.
Pesquisas recentes mostram o declínio no número de leitores no Brasil, ano após ano - mas o paradoxo é que nunca se leu tanto como agora, se considerarmos o tempo dos brasileiros gasto nas redes sociais.
A questão a ser observada é a procedência do conteúdo acessado nas telas de computadores e celulares, na maioria das vezes, de qualidade duvidosa.
O fato é que na era da internet, a exigência do leitor mais qualificado se impõe, no sentido de que este possa transformar a informação em conhecimento, o que exige criticidade no uso que se faz dessas novas ferramentas à nossa disposição.
Eleito como o grande vilão da Educação nas escolas, o celular bem que poderia ser útil, se usado de forma adequada - afinal, trata-se apenas de um canal, não o conhecimento em si.
O contexto atual expõe a falha da escola e das famílias em formar leitores, feito que se consegue pela força do hábito, principalmente ainda nas fases iniciais da infância.
Atualmente, quantos pais separam tempo para incentivar seus filhos a lerem? Com relação às escolas, basta um rápido passar de olhos para percebermos a falta de livros e bibliotecas em seus espaços de letramento e aprendizagem, o que nos ajuda a compreender em parte, a difícil perspectiva da formação de leitores no Brasil.
Erivan Santana, 19 ago 2025





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