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Foto do escritorErivan Santana

PARIS É UMA FESTA




A tão esperada Olimpíadas de Paris em 2024 chegou, trazendo já na abertura muita polêmica e contestação, com as cenas onde um grupo de drags queens fazem uma paródia com A Última Ceia ou seria a uma Festa dos Deuses, na Grécia Antiga?


O fato é que Thomas Jolly, o diretor da festa de abertura dos jogos, conseguiu o que queria: fazer barulho e chamar atenção, pondo à mostra um mundo chato, careta e polarizado, onde até uma cerimônia de abertura dos jogos olímpicos, onde tudo é festa e brincadeira, vira motivo de contendas nas redes interplanetárias.


Polêmicas à parte, o corredor com a tocha olímpica pelas ruas e casarões de Paris trouxe um choque de realidade, ao mostrar como a Cidade Luz conservou os traços da sua longeva história antiga, em contraste com os edifícios e quilômetros de asfalto que marcam as metrópoles mundo afora, como São Paulo e Nova Iorque, fazendo-nos pensar o quanto estamos imersos nesta modernidade, que a tudo devora, num caminho sem volta.


Quando os jogos começam, as surpresas e mensagens de confraternização universal não são ditas em palavras, mas em gestos e imagens, como a reverência de Simone Biles e Jordan Chiles a Rebeca Andrade, num pódio dominado por mulheres pretas, vencedoras, lindas e poderosas.


Histórias de superação, de pessoas que vêm de origens simples e humildes, como a própria Rebeca Andrade, Rayssa Leal e Isaquias Queiroz, todos eles, alunos egressos de escola pública, que um dia, acreditaram em si e nos seus sonhos.


É certo que o esporte transcende em muito o que se passa nos seus instantes de competição, vitórias e derrotas, risos e lágrimas.


Com Gabriel Medina, uma das glórias do surf brasileiro e mundial, vimos que a natureza é soberana e que não temos nenhum controle sobre ela. O mar do Pacífico no Taiti teimou em não lhe presentear com a onda perfeita, que provavelmente lhe daria o ouro. Mas Medina demonstrou gratidão, ali, onde tantas vezes brilhou, no esporte sobre as ondas, mostrando-se satisfeito com a medalha de bronze.


Cá pra nós, premiar atletas pelo mundo está fácil, difícil será achar um candidato a Nobel da Paz e lhe outorgar uma medalha, com tantos conflitos revoltantes, vergonhosos e desumanos acontecendo mundo afora.


Certamente, nem a ONU ou a União Europeia serão candidatos, ao contrário, são instituições obsoletas, proselitistas e protocolares, retratos de um mundo desigual e cada vez mais, distópico.


Erivan Santana, 16 ago 2024

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